Onda sem mar
Onda sem mar.
O tempo que se vive é uma vida escolar;
É uma experiência adquirida na estrada.
Ensino básico vem do ensinamento do lar;
A inexperiência leva a vida atropelada.
Minha filha dirige falando calmamente ao ar.
“É, filho, se saiu na frente vê se desenvolve”.
“Não viu a seta? Estava ligada. Onda sem mar”
Não adianta falar, se ojerizar? Isso resolve?”
Foi com o alarme da neta, que tudo se calou.
Fiz o que pude para acalmá-la, mas que dó!
Tentei ameniza-la, mas o choro continuou.
Mãe e eu calamos. Na garganta ficou o nó.
Palavra guardada às chaves, não se espalha;
Não dita a esmo; não há porque denunciar.
Falar ao ar é se sujeitar ao fio da navalha.
Soltar “papagaio” nem sempre é se deliciar.