Conto
Olá! Se pensa amar alguém loira
ou morena, espera só um pouco,
ela vai passar de vagar entrando
em cena, para se deixar ver na
sua beleza plena.
O nome? Isso não importa.
Se for tímido olhe pela janela sob
o clarão do sol a pino que traz mais
luz, calor a estremecer na alma.
Não queira conquistar grosso
modo qual o garoto que tinha
uma vida social em dissabor,
desengonçada até que um dia
passou por ele uma menina de
uma beleza indescritível.
Indagou se alguém a conhecia
e a informação foi rápida: Acho
difícil conquistá-la pelo seu jeito
de ser, disse alguém, sendo que
ela gosta de rapaz que anda bem
arrumado.
Daquele dia em diante o candidato
andava só nos trinks vivendo com
relógio brilhante por inteiro no pulso;
camisa engomada, bem passada.
A calça? O friso dela cortava se
relasse numa pessoa.
Sabendo qual ônibus que ela tomaria
a esperou no ponto certo.
Como o coletivo atrasou, tirou o sapato
e a meia para coçar o vão do dedo e
nessa ficou entretido, e nisso um pivete
passando furtou-os sorrateiramente
e em seguida o ônibus apareceu.
Sem encontrar os implementos dos pés
adentrou só com um pé calçado, e logo
deu de cara com a jovem do seu sonho.
Que decepção! “Não deu”, como diz o
Quico.
Ainda bem que é apenas um conto.